Essa pequena historinha,
baseada num conto sufi, é uma verdadeira jóia. Não vou comentar para não estragar a surpresa.
Ela me foi passada pelo José Carlos, a
quem muito agradeço.
Era uma vez dois gêmeos que ainda estavam na barriga da mãe. Conforme passava o tempo, eles foram adquirindo consciência. Começaram a explorar o útero e perceberam o cordão umbilical que os levava à mãe e os mantinham vivos. Pensaram:
- Uau, que grande mãe é essa, que nos dá a vida!

Os gêmeos
também notaram o quanto cada um estava mudando.
Gêmeo 1: - O que isso quer dizer?
Gêmeo 2: - Quer dizer que nossa estada nesse mundo está
chegando ao fim.
Gêmeo 1: - Mas eu não quero ir-me daqui!
Gêmeo 2: - Mas talvez haja vida após o nascimento.
Gêmeo 1: Mas como pode haver? Nós perderemos nosso cordão
umbilical. Como a vida pode ser possível sem ele? Além disso, há evidencias de
que outros já estiveram aqui antes e ninguém voltou para nos contar que há vida
após o nascimento. Não, isso é o fim!
E aos poucos o dialogo foi ficando mais serio:
Gêmeo 1: - Se a concepção termina no útero, qual é o
propósito da vida no útero?... Não faz sentido! Talvez, afinal de contas, nem
mesmo haja uma mãe!
Gêmeo 2: - Mas tem que haver! Senão, de que forma
teríamos chegado aqui? Como nos teríamos mantido vivos?
Gêmeo 1: - Você alguma vez já viu nossa mãe? Talvez ela
viva apenas na nossa imaginação. Talvez a gente a tenha inventado para nos
fazer sentir bem.
E assim, os últimos dias no útero foram diferentes para
cada gêmeo. Um deles se preocupava constantemente, vivia com medo e fazia
muitos questionamentos. O outro tinha confiança e fé, e esperava pacientemente.
Na hora do nascimento, os gêmeos abriram os olhos e
encontraram um mundo muito além de seus sonhos mais ousados.
Post de Bia Del Picchia
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